terça-feira, setembro 21, 2004

no silêncio liberto o grito sufocado no desespero invisível da natureza


Imagem de Edvard Munch

o grito


Nasceu em mim o grito
esmagado
calado
num desabafar moribundo de amor
despertou profundo e partiu
sumiu
na pressa levou com ele
um sorriso constante
pensamentos trancados no peito
a luz
de uns olhos
os meus
que exprimem quando não consigo falar
fiz seguir o destino sem rumo
parei o tempo
num sopro
com rotas traçadas
invisiveis
num céu branco
como espuma,
sem um lamento
fatigada, presa no tempo das nuvens
vencida por sentimentos
e num gemido amargo
quis sair
da preguiça de me sentir vencida
provar a água
que me lava e acaricia
saber sentir
sem me apagar
dentro de ti


onda

4 comentários:

Uma estrela errante disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
DiAngellis disse...

um bom quadro, um bom poema, ondinha **

Anónimo disse...

Não há nada mais triste que uma onda sozinha num oceano.

Anónimo disse...

Repito...«Não há nada mais triste do que uma onda sozinha no mar»

rosto...

  rosto em silabas as artérias estão vazias dentro de mim. escuto gritos sucessivos e a sede é abandono em dias inúteis. o tempo é...